quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Despida de palavras




Chega ao fim mais um dia de trabalho, se é que se pode chamar assim um dia, à espera que apareçam clientes para serem atendidos.
Depois de concretizar as tarefas diárias, sento-me em frente ao computador a ver emails recebidos, as visitas, mensagens e comentários do hi5, o correio da escola.
A maioria das vezes não tenho com quem falar no msn. Ou estão ocupados, ou estão ausentes ou são pessoas com quem não me apetece falar.
Visito o meu blog e espero anciosamente encontrar novos comentários.
Apetece-me escrever, mas os pensamentos não se tornam palavras. Porquê? Nem toda a gente tem o dom de transformar pensamentos em palavras.
E então pergunto: quais as melhores palavras para descrever o que estou a sentir? Será que não se tornam "ridículas" perante os leitores?
E fico assim, pensando no que os outros vão achar quando me lerem.
Começo então a ver outros blogs. Blogs de quem é senhor da palavra.
Vejo e revejo todos os comentários feitos a esses blogs. E a alma chora, porque não consegue exteriorizar tamanha beleza. Aparentemente imcompreensíveis, mas completamente providas de significado.
E procuro incessantemente exteriorizar as sensações que tenho ao ler tais palavras.
Há uma desordem na minha cabeça, como se passassem palavras tão rapidamente que não as conseguisse descodificar. Procuro palavras para descrever as sensações.
Continuo a ler...
Tento fazer comentários aos blogs. Parece como que uma tempestade de palavras na minha cabeça, correndo de um lado para o outro à procura da saída. Mas nunca encontram. Parece impossível.
O coração começa a bater forte, as mãos tremem. Vontade de chorar. Mas que razão para chorar? Porque as palavras não me querem sair da cabeça e do coração?
Cai a primeira lágrima e fico ali, impotente.
Chego a casa! Apetece-me gritar, chorar, estar com muita gente e ao mesmo tempo sozinha. Começo a escrever, as palavras vão fluíndo. Escrevo, escrevo até acabar a folha. Tento não interromper a escrita, sabendo que a inspiração pode desaparecer.
Recebo uma mensagem. A inspiração não se vai mas contínuo a pensar na mensagem.
Escrevo muito rapidamente e tento encontrar mais palavras. Não quero que desapareçam nunca!
E de repente... Perdi-me do extase que obrigava a minha mão a escrever.
Como que um orgasmo! Lutamos abruptamente até que chegue. E depois, tudo pára e instala-se uma sensação de satisfação.
Agora descanso desta correria de pensamentos.

Sinto-me leve...
Imagem: Intenperi

3 comentários:

Anônimo disse...

lindo!!!
mas amanhã comento porque já é tarde, e eu amanhã trabalho! ñ tenho a tua vidinha... lol
bjinho gand

disse...

Bem...a tua escrita de hoje foi muito arrojada. Adorei!!
"orgasmo"...mt bem.
Não te preocupes se achas que não tens o dom da palavra.
Passei aqui para te dizer que na minha opinião é muito mais dotada de palavras do que possas pensar.
Um beijo com carinho*

Anônimo disse...

Obrigado né :)
bisous